1/31/2006

Racismo do Brasil

[pt] - Transcrito do Blog do Lucivânio

O que eu gostaria de escrever sobre a instituição do racismo no Brasil, ocorrida recentemente, foi dito por um geógrafo de São Paulo, aliás, muito corajoso. O nome dele é Demétrio Magnoli. Resolvi transcrever um artigo que o Demétrio escreveu e publicou no mais importante jornal independente do Brasil, a Folha de São Paulo. Leiam o artigo.
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Constituição do racismo
( A Folha de São Paulo- 12/01/2006)

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza". O artigo 5º da Constituição está prestes a ser derrubado pelo Estatuto da Igualdade Racial.
Aprovado sem discussão pelo Senado, o projeto tramita na Câmara em regime de prioridade. Se entrar em vigor, representará uma mudança essencial nos fundamentos políticos e jurídicos que sustentam a nação brasileira. É, nem mais nem menos, uma nova Constituição.
O estatuto cancela o princípio republicano de cidadania. Ele determina a classificação racial compulsória de cada brasileiro por meio da identificação obrigatória da "raça" em todos os documentos gerados nos sistemas de ensino, saúde, trabalho e previdência. Os modelos são a África do Sul do apartheid e a Ruanda dos belgas, com suas carteiras de identidade etno-raciais. A nação deixará de ser um contrato entre indivíduos para se tornar uma confederação de "raças".
O estatuto cria a figura jurídica dos afro-brasileiros, um estamento que abrange, compulsoriamente, os autodeclarados "pretos" e "pardos". Por essa via, implanta uma identidade coletiva oficial e torna inócuas as fluidas identidades censitárias emanadas da autodeclaração de cor da pele. O estamento construído por força de lei torna-se detentor de direitos coletivos específicos. Além disso, por meio da decretação de existência de doenças de negros, produz-se uma identificação entre a carga genética e o fenótipo dos indivíduos, desafiando a ciência para conferir caráter natural à raça inventada. A confederação de "raças" será bipolar, contrapondo a "nação afro-brasileira" definida na lei a uma implícita "nação branca".
O estatuto suprime o conceito de igualdade política e jurídica dos cidadãos. Ele generaliza o sistema de cotas "raciais" em toda a esfera pública e força a difusão das cotas na economia privada por meio de expedientes como concorrências e compras governamentais dirigidas. Nos termos da nova lei, o mercado de trabalho será subordinado a reservas e monopólios "raciais".
O estatuto introduz o conceito de "reparação histórica", que passa a nortear as relações entre a "nação afro-brasileira" e a "nação branca". A "reparação" entrou no direito internacional para substituir a pilhagem de guerra. No lugar do saque "bárbaro", a nação vencedora inscrevia nos tratados a obrigação da nação batida de pagar reparações. À luz do estatuto, a nova confederação de "raças" não é uma nação, mas duas, separadas pelo evento histórico da escravidão. Eis a lógica pela qual a "nação branca" deve reconhecer-se como herdeira dos proprietários de escravos e pagar reparações à "nação afro-brasileira". É ela que justifica a discriminação negativa contra os "brancos", mesmo que trabalhadores e pobres.Finalmente, o estatuto estimula a criação de uma infinidade de novos cargos públicos reservados, por lei, a dirigentes de ONGs "representativas dos afro-brasileiros" e estabelece cotas "raciais" para altos cargos da administração pública. Houve um tempo no qual a ideologia era o alimento dos ideólogos. Hoje, tornou-se veículo para a promoção dos seus interesses profissionais e pecuniários.
Distraídos, os senadores revogaram a Constituição. Seria demais solicitar aos deputados que lessem o texto do estatuto antes de mudar a natureza política da República?"

1/10/2006

Filhos

Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado:filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebeu amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinicius de Moraes in "Antologia Poética"

Setting Serial Mouse on Fedora Core 4

Great thanks to Márcio to helping me to change my ps2 Mouse to Serial Mouse on Linux
Just change the settings (on file /etc/X11/xorg.conf) on this section below to:

Section "InputDevice"
Identifier "Mouse0"
Driver "mouse"
Option "Protocol" "Intellimouse"
Option "Device" "/dev/ttyS0"
Option "ZAxisMapping" "4 5"
Option "Emulate3Buttons" "yes"
Option "SendCoreEvents" "yes"
Option "Emulate3Timeout" "70"
EndSection

Thank you Márcio/Alexandre Drefahl

1/06/2006

Só de Sacanagem

"Meu coração está aos pulos
Quantas vezes minha esperança será posta a prova
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro
Que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós
Pra cuidar gratuitamente da saúde deles e do seus pais
Esse dinheiro, viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cáis
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha a quebrar no nosso nariz.
Meu coração ta no escuro
A luz é simples! Regada ao conselho simples
De meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
Não roubarás, devolva o lápis do coleguinha, esse apontador não é seu, minha filha!
Pois bem, se mexeram comigo
Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido
Então agora, eu vou sacanear:
Mais honesta ainda eu vou ficar
Só de sacanagem!!!
Dirão: Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba...
E eu vou dizer:
Não importa, será este o meu carnaval
Vou confiar, mais e outra vez
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos
Vamos passar a limpo a quem a gente deve
E receber limpo do nosso freguês
Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal!
Dirão: É inútil! Todo mundo aqui é corrupto
Desde o primeiro homem que veio de Portugal
E eu direi:
Não admito, minha esperança é imortal
E eu repito: ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo
Mas se a gente quizer
VAI DAR PRA MUDAR O FINAL!!!..."

Elisa Lucinda
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Texto declamado por Ana Carolina durante seu show no Tom Brasil, SP, em 15 de agosto de 2005

1/02/2006

Novas Esperanças

[pt]
" Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a ESPERANÇA, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra frente, vai ser diferente!"


Carlos Drumond de Andrade