6/11/2006

Um novo GIS no Recife

Um novo tempo em SIGs no Recife.


Um novo tempo em geoprocessamento no Brasil está a beira de acontecer. Velhas demandas, novos softwares e o mais importante, gente nova. Eu digo isso porque hoje no Recife, uma cidade de cerca de 1 milhão e 600 mil pessoas, está discutindo firmemente a adoção de software livre em geoprocessamento.

Muitas discussões já estiveram em pauta, desde a mudança radical da plataforma que dominava a décadas na cidade (ESRI) até o que vemos hoje, uma solução totalmente baseada em software livre.

Muito se discutiu, muita gente sem capacidade para discernir o que é melhor para a cidade falou mas hoje parece-me, eu disse parece-me que dar-se-a uma solução definitiva para tal impasse tecnológico.

Não sei se sempre as decisões baseiam-se pelo interesse de um grupo ao invés de uma comunidade, mas parece-me que ao meu ver uma solução definitiva e não-exclusiva está para acontecer. Não sou totalmente contra a soluções não livres, entretanto elas são excludentes por natureza e isso deve ser considerado em um órgão público.

De uns tempos pra cá, a lei de software livre do Recife mostrou realmente sua abrangência. Uma grande abrangência que vai desde o uso do software livre até a sua total discernibilidade. Falo assim porque parece-me que a implementação de um sistema livre em uma prefeitura como a de Recife simplesmente nunca foi pautada por uma métrica de software real e incontestável. Essa métrica não existe pois não encontrei tal exigência na lei.

Mas voltando ao assunto de um SIG livre e independente, participativo e popular como gostam de dizer os secretários da atual administração, vemos hoje uma possibilidade. Vários comparativos estão sendo realizados, um relatório amplo e irrestrito está sendo finalizado. Se ele vai ser parâmetro de decisão não sei, sei que fizemos nossa parte. Elevamos o debate tecnológico a patamares nunca dantes alcançados.

Sistemas departamentais, como é comum em quase todas as prefeituras do Brasil não nos atendem mais. Um GIS livre nos fez repensar aquela antes longínqua impossibilidade de realizá-la. Sistemas caríssimos e altamente complexos nos faziam pensar que aquela meta nunca se alcançaria. Hoje, testamos a solução livre de diversas formas, em diferentes sistemas operacionais, em diferentes redes e com diferentes pessoas.

Um fato que deve ser levado em consideração é a questão pessoal. Muita gente estava e ainda está contra a esta adoção. Ao meu ver não porque ela não atenda às necessidades hoje atendidas, mas porque existem pessoas que simplesmente não se dão bem com o novo. Poderíamos falar de outras plataformas livres de geo, poderíamos falar de outras plataformas de TI para qualquer finalidade.

Eu sempre disse que não adiantava brigar com essas pessoas. Deveríamos sim abrir os braços para os nossos colaboradores, perguntar o que está faltando para eles. Nossos apoiadores são tudo para o nosso sucesso. Não devemos bater em um ponto que está confuso e achar que nossa solução não atende porque já no primeiro não atendeu. Devemos virar para o outro lado e perguntar quem está no nosso lado.

Hoje as coisas parecem-me está mudando. Estamos encontrando outros apoiadores. Aquelas pessoas que não nos confiam ainda estão assim hoje. Será que elas vão mudar de opinião se falarmos mais e mais ?
Certamente, o meu ponto aqui é dizer que não. Essas pessoas não vão mudar de atitude até elas próprias serem convencidas por elas que estavam tentando ajudá-la e se ajudar consecutivamente.

Viva o novo ! como dizia aquela propaganda. O novo nos torna melhores porque nos modificam. Não adianta virar as costas porque o novo sempre vem.

Estou neste momento ciente do dever cumprido. Fizemos o nosso melhor. Implementamos uma solução totalmente livre para as mais diversas necessidades antes atendidas por softwares proprietários. Viva o software livre. Viva a liberdade. Dedico este trabalho à minha família na pessoa de Algarine minha esposa e minha filha Rita de Cássia.

Nenhum comentário: